GOTAS DA LÍNGUA
Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990)SABER MAIS?
Alfabeto
O
alfabeto volta a ter 26 letras, já que foram
reintroduzidas as letras
k,
w
e
y, passando a ser:
A B C D E F G H I J
K
L M N O P Q R S T U V W
X
Y
Z
Na verdade, essas letras não tinham desaparecido dos
dicionários de nossa língua, já que continuavam
sendo empregadas em várias situações. Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km
(quilômetro), kg (quilograma),
W (watt);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e
seus derivados): show, playboy, playground,
windsurf, kung fu, William, kaiser, Kafka.
Trema
O trema é
eliminado da Língua Portuguesa. Assim as seguintes
palavras passam a ter ( Þ ) nova
grafia:
agüenta
Þ
aguentar
bilíngüe
Þ
bilíngue
cinqüenta
Þ
cinquenta
delinqüente Þ
delinquente
lingüiça
Þ
linguiça
ATENÇÃO!
O trema permanecerá nas palavras estrangeiras e em
suas derivadas: Müller, mülleriano, hübneriano
Acentuação
a)
Não se usa mais o acento dos ditongos abertos
éi
e
ói das palavras
paroxítonas:
alcalóide
Þ
alcaloide
alcatéia
Þ
alcateia
apóia
(verbo apoiar)
Þ
apoia
apóio
(verbo apoiar)
Þ
apoio
bóia
Þ
boia
Coréia
Þ
Coreia
heróico
Þ
heroico
idéia
Þ
ideia
ATENÇÃO!
a)
Como essa regra somente é válida para palavras
paroxítonas, continuam a ser acentuadas as palavras
oxítonas terminadas em
-éis, -éu, -éus, -ói, -óis:
Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus
b)
Não se usa mais o acento no
-i
e -u
tônicos das palavras paroxítonas, quando vierem
depois de um ditongo.
baiúca
Þ
baiuca
bocaiúva
Þ
bocaiuva
feiúra
Þ
feiura
ATENÇÃO!
b)
Se a palavra for oxítona e o
-i
ou o -u
estiverem em posição final (ou
seguidos de -s),
o acento permanece:
Ex.: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
c)
Não se usa mais o acento das palavras terminadas em
-ee:
crêem
(verbo crer)
Þ
creem
dêem
(verbo dar)
Þ
deem
lêem
(verbo ler)
Þ
leem
magôo
(verbo magoar)
Þ
magoo
d)
Não se usa mais o acento das palavras terminadas em
-oo:
perdôo
(verbo perdoar)
Þ
perdoo
povôo
(verbo povoar)
Þ
povoo
vôos
Þ
voos
zôo
Þ
zoo
e) Não se usa mais o acento diferencial para as
palavras paroxítonas homógrafas:
pára/para; péla(s)/ pela(s); pêlo(s)/pelo(s);
pólo(s)/polo(s); pêra/pera.
Ex.: Ele pára
a carruagem. Ele
para
a carruagem.
Não suporto comer pêra.
Não suporto comer pera.
ATENÇÃO!
1. O acento diferencial permanece em
pôde
(pretérito perfeito do
indicativo do verbo poder) para diferenciá-lo de
pode
(presente do indicativo do
verbo poder)
Ex.: Ontem, ela não
pôde ir ao Congresso de
Linguística, no entanto hoje
pode.
2. O acento diferencial permanece em
pôr
(verbo) para diferenciá-lo de
por (preposição)
Ex.: Vou pôr
seu nome no
livro de contribuintes.
3. O acento diferencial indicador de plural
permanece nos verbos
ter e
vir,
assim como de seus derivados (manter, deter, reter,
conter, convir, intervir, advir etc.).
Ex.: Ele tem
informações valiosas para o
país. / Eles têm
informações valiosas para o
país.
Ele vem
de Campinas pela manhã. / Eles
vêm
de Campinas pela manhã.
Ele mantém
a palavra dada. / Eles
mantêm
a palavra dada.
4. É facultativo o uso do acento circunflexo para
diferenciar as palavras forma/fôrma. Evidentemente,
em alguns casos, seu emprego deixa a frase mais
clara.
Ex.: Qual é a forma
da
fôrma
do bolo de que você precisa?
5. Não se usa mais o acento agudo no
u tônico nas formas
formas verbais rizotônicas (acento na raiz), quando
precedido de g
ou q
e seguido de -e
ou -i
(grupos que/qui e gue/gui).
argúis
Þ argui
ele
apazigúe Þ
apazigue
enxagúe
Þ
enxague
Hífen
a)
Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de
palavra iniciada por h.
Ex.: anti-higiênico, anti-histórico, proto-história,
super-homem.
EXCEÇÃO:
subumano (nesse caso, a palavra humano perde o
h).
b) Não se usa o hífen quando o prefixo termina em
vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo
elemento.
Ex.:
aero-espacial
Þ
aeroespacial
auto-aprendizagem
Þ
autoaprendizagem
auto-escola
Þ
autoescola
auto-estrada
Þ
autoestrada
extra-escolar
Þ
extraescolar
infra-estrutura
Þ
infraestrutura
neo-expressionismo
Þ
neoexpressionismo
semi-aberto
Þ
semiaberto
ultra-elevado
Þ
ultraelevado
EXCEÇÃO:
o
prefixo co-
aglutina-se em geral com o
segundo elemento, mesmo quando este se inicia por
o.
Ex.:
coobrigar, coordenar, cooperar, cooptar, coocupante
etc.
c)
Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal
e o segundo elemento começa por consoante diferente
de r
ou
s.
Exemplos:
Ex.:
anteprojeto, antipedagógico, autopeça, autoproteção,
coprodução, geopolítica, microcomputador,
semicírculo, semideus, seminovo, ultramoderno.
ATENÇÃO!
Usa-se sempre o hífen com o prefixo
vice.
Ex.: vice-rei, vice-presidente, vice-governador.
d)
Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal
e o segundo elemento começa por
r
ou s.
Nesse caso, duplicam-se essas letras.
Ex.:
ante-sala
Þ
antessala
anti-social
Þ
antissocial
anti-rugas
Þ
antirrugas
contra-senso
Þ
contrassenso
contra-regra
Þ
contraregra
extra-seco
Þ
extrasseco
semi-sintético
Þ
semissintético
ultra-romântico
Þ
ultrarromântico
e) Quando o prefixo termina por vogal e o segundo
elemento começar pela mesma vogal, emprega-se o
hífen:
Ex.:
antiibérico
Þ
anti-ibérico
antiinflamatório
Þ
anti-inflamatório
microondas
Þ
micro-ondas
microônibus
Þ
micro-ônibus
f) Quando o prefixo termina por consoante e o
segundo elemento começar pela mesma consoante,
emprega-se o hífen:
Ex.: inter-racial, inter-regional,
sub-bibliotecário, super-racista, super-resistente,
super-romântico.
ATENÇÃO!
1. Nos demais casos não se usa o hífen.
Ex.: hipermercado, intermunicipal,
superinteressante, superproteção.
2. Com o prefixo sub,
emprega-se o hífen também diante de palavra iniciada
por r:
Ex.: sub-região, sub-raça etc.
3. Com os prefixos
circum- e
pan-,
emprega-se o hífen diante de palavra iniciada por
m,
n
e
vogal.
Ex.: circum-navegação, pan-americano etc.
g) Quando o prefixo terminar por consoante, não se
emprega o hífen se o segundo elemento começar por
vogal.
Ex.: hiperativo, interescolar, interestadual,
interestelar, superaquecimento, supereconômico,
h) Com os prefixos ex-, sem-, além-, aquém-, recém-,
pós-, pré-, pró-, emprega-se sempre o hífen.
Ex.: além-mar, além-túmulo, ex-aluno, ex-diretor,
ex-prefeito, ex-presidente, pós-graduação,
pré-história, pré-vestibular, recém-casado,
recém-nascido, sem-terra
i) Deve-se empregar o hífen com os sufixos de origem
tupi-guarani: -açu, -guaçu e -mirim.
Ex.: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
j) Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais
palavras que, combinadas ocasionalmente, não formam
vocábulos propriamente ditos, mas encadeamentos
vocabulares.
Ex.: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.
k) Não se deve usar o hífen em certas palavras que
perderam a noção de composição.
Ex.: girassol, madressilva, pontapé.
Dessa forma, palavras como
manda-chuva
Þ
mandachuva
pára-quedas
Þ
paraquedas
pára-brisa
Þ
parabrisa
pára-choque
Þ
parachoque
não serão mais empregadas com hífen!
ATENÇÃO!
O uso do hífen permanece nas palavras compostas que
não contêm um elemento de ligação e consituem uma
unidade sintagmática e semântica, da mesma forma os
vocábulos que designam espécies botânicas e
zoológicas:
Ex.: ano-luz, couve-flor, bem-te-vi,
segunda-feira, médico cirurgião, conta-gotas,
guarda-chuva etc.
LEMBRETES!
1. Não se emprega o hífen nas locuções de qualquer
tipo (substantivas, adjetivas, pronominais,
adverbiais, prepositivas ou conjuncionais).
Ex.: cão de guarda, fim de semana, café com leite,
pão de mel, sala de jantar, ele próprio, à vontade,
acerca de, a fim de que etc.
EXCEÇÃO: as
locuções já consagradas pelo uso: água-de-colônia,
arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, à
queima-roupa.
2. Na transliteração, se no final da linha a
partição de uma palavra ou combinação de palavras
coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na
linha seguinte.
Ex.: Na cidade, conta-
-se que ele foi viajar.
O diretor recebeu os ex-
-alunos.