Prof. Dr. Antônio Jackson de Souza Brandão
 
 
Apontamentos de linguística
 
 

Exercícios de linguística 

 

1. Determine as variações linguísticas presentes nos anúncios abaixo, copiando-as.

 

 

 Imagem 1

 

Descrição: Prof. Dr. Antônio Jackson de Souza Brandão, JackBran Consult, Linguística, Cultura

 

 

 Imagem 2

 

 

Descrição: Prof. Dr. Antônio Jackson de Souza Brandão, JackBran Consult, Linguística, Cultura

 

 

 

 Imagem 3

 

Descrição: Prof. Dr. Antônio Jackson de Souza Brandão, JackBran Consult, Linguística, Cultura

 

 

2. Transcritas as expressões/palavras diacrônicas encontradas, atualize-as.

 

3. Leia, atentamente, o texto abaixo, atualizando as expressões diacrônicas para sincrônicas a partir de seus conhecimentos linguísticos.

 

 

Antigamente

 

Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca, e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não impedia que, nesse entrementes, esse ou aquele embarcasse em canoa furada. Encontravam alguém que lhes passava manta e azulava, dando às de Vila-Diogo. Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar a fresca; e também tomavam cautela de não apanhar sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa de onze varas, e até em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’água.

            Antigamente, certos tipos faziam negócios e ficavam a ver navios; outros eram pegados com a boca na botija, contavam tudo tintim por tintim e iam comer o pão que o diabo amassou, lá onde Judas perdeu as botas. Uns raros amarravam cachorro com lingüiça. E alguns ouviam cantar o galo, mas não sabiam onde. As famílias faziam sortimento na venda, tinham conta no carniceiro e arrematavam qualquer quitanda que passasse à porta, desde que o moleque do tabuleiro, quase sempre um “cabrito”, não tivesse catinga. Acolhiam com satisfação a visita do cometa, que, andando por Ceca e Meca, trazia novidades de baixo, ou seja, da Corte do Rio de Janeiro. Ele vinha dar dois dedos de prosa e deixar de presente ao dono da casa um canivete de roscofe. As donzelas punham carmim e chegavam à sacada para vê-lo apear do macho faceiro. Infelizmente, alguns eram mais do que velhacos: eram grandessíssemos tratantes.
            Havia os que tomaram chá em criança e, ao visitarem família da maior consideração, sabiam cuspir dentro da escarradeira. Se mandavam seus respeitos a alguém, o portador garantia-lhes: “Farei presente”. Outros, ao cruzarem com um sacerdote, tiravam o chapéu, exclamando: “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”; ao que o Reverendíssimo correspondia: “Para sempre seja louvado”. E os eruditos,se alguém espirrava – sinal de defluxo – eram impelidos a exortar: “Dominus tecum”. Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso punham a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramotana. A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam, quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era artioso. Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pitar escondido, atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas teteias.

            Acontecia o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue, mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a phtysica, feia era o gálico. Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos lombrigas, asthma os gatos, os homens portavam ceroulas, botinas  e capa-de-goma, a casimira tinha de ser superior e mesmo X.P.T.O. London, não havia fotógrafos, mas retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam.
            Mas tudo isso era antigamente, isto é, outrora.


(ANDRADE, Carlos Drummond. Caminhos de João Brandão. Rio de Janeiro: Record)

 

 

4. Leia, atentamente, a seguinte tira e responda.

 

Descrição: Prof. Dr. Antônio Jackson de Souza Brandão, JackBran Consult, Linguística, Cultura

 

a)  Que sentido tem a utilização do diminutivo no primeiro quadro? Como o rato interpretou sua utilização, a partir do que o garoto diz no segundo quadro?

 

b) Houve uma comunicação efetiva entre as personagens da tira? Que pôde ter acontecido para que a mensagem - se houve uma mensagem - fosse truncada?

 

c)  Explique como se criou o efeito humorístico da tirinha.

 

5. Uma das características da linguagem publicitária – assim como da linguagem poética – é a exploração semântica das palavras. Estas têm seu significado ampliado, havendo, portanto, modificação no signo linguístico. No anúncio publicitário abaixo, vemos um jogo entre a imagem e a utilização de uma palavra tomada em seu sentido conotativo. Leia, atentamente, a seguinte propaganda e responda as seguintes questões: 

Descrição: Prof. Dr. Antônio Jackson de Souza Brandão, JackBran Consult, Linguística, Cultura

 

a)     Pode-se estabelecer uma relação entre os objetos que estão no escaninho e a palavra chapelaria? Explique.

 

 b)     Por que se estabeleceu essa relação chapelaria/parafusos? Explique.

 

 c)     Que se quer dizer com a chamada da propaganda, a partir de seus elementos sincrônicos.

 

 

 

 

 

 

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