1. Determine as variações linguísticas
presentes nos anúncios abaixo, copiando-as.
Imagem
1
Imagem 2
Imagem 3
2. Transcritas as expressões/palavras
diacrônicas encontradas, atualize-as.
3. Leia, atentamente, o texto abaixo,
atualizando as expressões diacrônicas para sincrônicas a partir de
seus conhecimentos linguísticos.
Antigamente
Antigamente, as moças chamavam-se
mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam
anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo
não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas
ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o
remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia.
As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da
forca, e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para
colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não
impedia que, nesse entrementes, esse ou aquele embarcasse em canoa
furada. Encontravam alguém que lhes passava manta e azulava, dando
às de Vila-Diogo. Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo,
saindo para tomar a fresca; e também tomavam cautela de não apanhar
sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao
cinematógrafo, chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de
aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa de onze
varas, e até em calças pardas; não admira que dessem com os burros
n’água.
Antigamente, certos tipos faziam negócios e ficavam a ver navios;
outros eram pegados com a boca na botija, contavam tudo tintim por
tintim e iam comer o pão que o diabo amassou, lá onde Judas perdeu
as botas. Uns raros amarravam cachorro com lingüiça. E alguns ouviam
cantar o galo, mas não sabiam onde. As famílias faziam sortimento na
venda, tinham conta no carniceiro e arrematavam qualquer quitanda
que passasse à porta, desde que o moleque do tabuleiro, quase sempre
um “cabrito”, não tivesse catinga. Acolhiam com satisfação a visita
do cometa, que, andando por Ceca e Meca, trazia novidades de baixo,
ou seja, da Corte do Rio de Janeiro. Ele vinha dar dois dedos de
prosa e deixar de presente ao dono da casa um canivete de roscofe.
As donzelas punham carmim e chegavam à sacada para vê-lo apear do
macho faceiro. Infelizmente, alguns eram mais do que velhacos: eram
grandessíssemos tratantes.
Havia
os que tomaram chá em criança e, ao visitarem família da maior
consideração, sabiam cuspir dentro da escarradeira. Se mandavam seus
respeitos a alguém, o portador garantia-lhes: “Farei presente”.
Outros, ao cruzarem com um sacerdote, tiravam o chapéu, exclamando:
“Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”; ao que o Reverendíssimo
correspondia: “Para sempre seja louvado”. E os eruditos,se alguém
espirrava – sinal de defluxo – eram impelidos a exortar: “Dominus
tecum”. Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam
ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso punham a mão em cumbuca.
Era natural que com eles se perdesse a tramotana. A pessoa cheia de
melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam, quando, por
exemplo, insinuavam que seu filho era artioso. Verdade seja que às
vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pitar escondido,
atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas teteias.
Acontecia o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue,
mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar
a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a
phtysica, feia era o gálico. Antigamente, os sobrados tinham
assombrações, os meninos lombrigas, asthma os gatos, os homens
portavam ceroulas, botinas e capa-de-goma, a casimira tinha de
ser superior e mesmo X.P.T.O. London, não havia fotógrafos, mas
retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam.
Mas
tudo isso era antigamente, isto é, outrora.
(ANDRADE, Carlos Drummond. Caminhos de João Brandão. Rio de Janeiro:
Record)
4. Leia, atentamente, a seguinte tira
e responda.
a) Que sentido tem a utilização do
diminutivo no primeiro quadro? Como o rato interpretou sua
utilização, a partir do que o garoto diz no segundo quadro?
b) Houve uma comunicação efetiva entre
as personagens da tira? Que pôde ter acontecido para que a mensagem
- se houve uma mensagem - fosse truncada?
c) Explique como se criou o
efeito humorístico da tirinha.
5. Uma das características da linguagem
publicitária – assim como da linguagem poética – é a exploração
semântica das palavras. Estas têm seu significado ampliado, havendo,
portanto, modificação no signo linguístico. No anúncio publicitário
abaixo, vemos um jogo entre a imagem e a utilização de uma palavra
tomada em seu sentido conotativo. Leia, atentamente, a seguinte
propaganda e responda as seguintes questões:
a) Pode-se
estabelecer uma relação entre os objetos que estão no escaninho e a
palavra chapelaria? Explique.
b) Por que se
estabeleceu essa relação chapelaria/parafusos? Explique.
c) Que se quer
dizer com a chamada da propaganda, a partir de seus elementos
sincrônicos.