1. Identifique a função da linguagem que
prevalece nos textos abaixo:
a)
b)
(Este doente incurável custa 60.000
marcos à sociedade durante seu tempo de vida. Compatriotas, este
dinheiro também é seu . Leiam Neues Volk (Novo Povo),
o caderno mensal do Comitê de Política Racial do NSDAP.
c)
Meus oito anos
Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais !
Como são belos os dias
Do despontar da existência !
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d’amor !
(...)
(Casimiro de Abreu)
d)
O difícil adeus ao cigarro
O Brasil tem 40 milhões de
fumantes. Ainda são muitos, mas o número vem caindo. O volume de
cigarros queimados no país caiu 32% em dez anos, e uma pesquisa do
Instituto Nacional do Câncer (Inca) descobriu que 21,4% da população
carioca fuma, contra 29,8% em 1989. Os dados demonstram que a
política antitabagista do governo começa a dar resultados. Na semana
passada o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, recebeu um
prêmio da Organização Mundial da Saúde (OMS) por seu empenho nas
negociações do tratado mundial antitabaco. Aprovado no fim de maio
por 171 países, o documento prevê uma guerra contra a indústria do
fumo, com medidas como a abolição quase total de propaganda de
cigarro em cinco anos e taxações e financiamento para levar os
plantadores de tabaco a mudar de negócio.
Entende-se
o esforço. Deixar de fumar é um desafio que poucos conseguem vencer.
Segundo um estudo publicado pela revista New Scientist, 85% dos que
param voltam a dar suas baforadas depois de um ano. Alguns recaem
antes. Só 3% conseguem, de fato, abandonar o vício. Quem procura
ajuda médica, toma remédio e faz terapia aumenta sua chance de
sucesso para 20%. O Brasil é um dos recordistas em motivação para
largar o cigarro. Um estudo feito pela psiquiatra Analice Gigliotti,
chefe do setor de dependência química da Santa Casa de Misericórdia
do Rio de Janeiro, mostra que 81% dos fumantes brasileiros querem
parar. É um porcentual só comparável ao dos suecos, com 85%. Mas o
índice de tentativas frustradas entre os brasileiros é igualmente
alto: cada um já tentou parar cinco vezes, em média - sem sucesso.
Difícil é, mas vale a pena. O tabaco causa 50 tipos de doença. As
mortes anuais em virtude de seu uso chegam a 5 milhões no mundo, 200
mil no Brasil. 'Já tomei a decisão de parar, porque quero ver meus
filhos crescer. Mas não consigo', afirma a ex-deputada federal Rita
Camata, de 41 anos. Na condição de vice do candidato a presidente
José Serra, antitabagista convicto, ela reduziu o consumo diário.
Nas duas vezes em que engravidou, chegou a parar completamente. Mas
depois voltou. 'Sou dependente', confessa. 'Não me sinto à vontade
para acender um cigarro nem em minha própria casa, mas ainda não sei
viver sem fumar.'
(Revista Época, jun/2003
e)
Vela
A luz apagou...
A energia acabou,
Procuram-se velas,
procuram-se tréguas.
A chama clama
Pra viver.
Seu brilho é amarelo,
marrom e azul:
azul céu, marrom terra,
amarelo ânima
que anima nossa vida,
nos dá esperança
nos faz ser criança!
A vela nos vela
nas noites frias
noites sombrias,
que medo nos dá
de ficarmos sós
(Brandão, Antônio Jackson de S. Poesia, tempo e mar, p. 33)
f)
Do lugar-comum ao
incomum
O jornalista inglês Bill Emmont,
que acaba de deixar a direção da The Economist depois
de 13 anos de excelente trabalho, dá a receita do seu êxito à testa
de um semanário de informação. Além de reforçar o interesse pelo
crescimento de Índia e China “e outros gigantes em desenvolvimento”
e de elevar a qualidade “da análise e da explicação”, cabe brindar
os leitores, toda semana, com dois ou três assuntos “nos quais você
não pensou”. (...)
Emmont é
cavalheiro refinado e cidadão responsável. Não se daria bem nas
redações nativas, onde se espalha a convicção de que o leitor é
ignorante, para não dizer coisa pior. Donde, nivelemos por baixo.
Aviltemos a língua e manipulemos a informação. Espírito crítico?
Senso de humor? Praticamente zero. Emmott anda na mão oposta.
Para nadar contra a corrente, neste
nosso rio poluído, basta respeitar a verdade factual, praticar o
espírito crítico e fiscalizar o poder, em todos os quadrantes, para
aderir à receita de Emmott é suficiente encarar os fatos com
honestidade e independência. E respeito pelo leitor e pela profissão.
A mídia verde-amarela, com raras
exceções, é o refúgio do lugar-comum, da frase feita, do clichê. O
santuário. A origem está na prepotência de poucos, a explorar a
resignação dos demais. (...)
O lugar-comum serve para explicar
tudo, imposto de cima para baixo. Digamos. Lula é um metalúrgico
inculto. O governo atual é o mais corrupto de todos os tempos,
Fernando Henrique Cardoso é o príncipe dos sociólogos que o mundo
nos inveja. E assim por diante. Desculpem, mas o futebol também gera
monumentais lugares-comuns, uivados por locutores e comentaristas.
(Revista Carta
Capital, março/2006)
g)
h)
Sinal Fechado
Olá, como vai?
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe ...
Quanto tempo... pois é...
Quanto tempo...
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de que
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona?
Precisamos nos ver por ai
Pras semana, prometo talvez nos vejamos
Quem sabe?
Quanto tempo... pois é...
Quanto tempo
Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa, rapidamente
Pra semana
O sinal ...
Eu procuro você
Vai abrir...
Prometo, não esqueço
Por favor, não esqueça, por favor
Adeus... adeus ...
(Paulinho da Viola)
i)
protuberância s.f
do lat. protuberantia, de protuberare, fazer bojo saliência; parte
saliente; elevação; excrescência, bossa; apófise.